Lua Voyeur. Invejosa dos amantes, solitária e fria estica seu olhar de luz...
Invade a janela do quarto quente por uma fresta da cortina.
Quer testemunhar o amor, quer participar, quer ser amada por completo, não só nos poemas e nas juras de amor.
A Lua quer paixão, o fogo do Sol, seu eterno desejo e perseguidor. Quer incendiar, pingar, sentir-se aquecer pelo calor de outro corpo. Mas está presa. Presa a sua realidade de corpo celeste, a observar de longe os corpos suados se amarem.
E em camas, chãos, praias... Numa varanda, em noites de verão e inverno, assiste, invejosa e sedenta, a paixão acontecer.
- Lua, sei que você me espiona. Sei que quer entrar em meu quarto durante meu gozo e fazer parte do meu prazer, sei que quer usufruir do corpo dele como eu usufruo e desfalecer, frágil e pequena, em seus braços, pra dormir em paz. Você quer, eu quero,
Mas você é celeste, cara Lua, celeste, celestial, universal. Não se pode dar ao luxo do calor e do sentir humanos... Lua, Lua Vouyeur e musa, entusiasta e sofredora das paixões, pode assistir. Hoje eu gozo por você.
Inspirada por Marcelo
Simples , maravilhosamente tesudo
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